PROCESSO SELETIVO – A ARTE DE RECEBER NÃO

Recentemente vi no linkedin o post de uma recrutadora onde ela contava a resposta de um candidato ao ser convidado para participar de um processo seletivo. O candidato em questão respondeu o e-mail agradecendo ao contato dizendo que não iria comparecer na “palhaçada de processo seletivo” até o dia em que a entrevista fosse direto com o responsável do RH.

Claro que a resposta do candidato chocou tanto a recrutadora quanto boa parte das pessoas que comentaram o post.

Essa história me fez relembrar situações que passei, tanto na posição de candidata quanto na posição de recrutadora.

No início de minha carreira, fiz muitos processos seletivos, isso porque tinha o objetivo em trabalhar em uma Multinacional.

Todos os processos que surgiam na faculdade, rapidamente me inscrevia.

Não sei contabilizar quantos foram no total, mas para se ter uma ideia toda semana estava envolvida em pelo menos um ou dois processos.

Na época (me sinto velha quando digo isso), era normal ter processo seletivo com dinâmicas de grupos, entrevistas com RH, prova técnica (dependendo da área), teste em inglês, até conseguir falar com o responsável da área.

Os processos costumavam ser longos, isso porque haviam bons candidatos para poucas oportunidades.  

Recebi muitos nãos em minha vida.

E vamos combinar não é nada prazeroso em receber um não. Porque o não afeta diretamente a nossa necessidade humana de aceitação. E com isso gera revolta, frustração, desmotiva e afeta até mesmo a autoestima.

Todas as vezes que recebia um não eu questionava internamente os processos seletivos, como era possível não ser aceita?

Achava que era balela as dinâmicas de grupo. As empresas deveriam me contratar para que pudesse o meu potencial.

Com o tempo, comecei a entender que a revolta ou frustração não me ajudava, e que deveria aproveitar cada processo seletivo como experiência para o próximo. Estabeleci que a cada feedback de não aprovação faria uma análise do que poderia melhorar para uma próxima oportunidade, e foi assim até conseguir entrar na área de RH.

Como recrutadora estabeleci o hábito de dar feedback aos candidatos não aprovados.

Pior do que receber não é ficar na expectativa de uma resposta que não vem.

Processo Seletivo

Trabalhando em RH entendi que um processo seletivo é um casamento. Portanto precisa ser bom para ambas as partes.

Não há candidatos ruins, existem apenas candidatos que não são adequados a vaga em questão. As vezes a pessoa não é adequada não por não ter a qualificação, mas por ser muito qualificado para a vaga ou cargo em questão.

Estamos vivendo hoje um cenário de muitos candidatos bons disponíveis no mercado para poucas oportunidades de trabalho. Isso faz com que as empresas fiquem cada vez mais seletivas aumentando o seu grau de exigência para contratar, fazendo com que bons candidatos recebam um número maior de reprovação.

Se isso vem acontecendo com você, eu tenho um segredo para te contar: Não desanime!

Em média, para qualquer prospecção, uma pessoa recebe em torno de 7 nãos para conseguir receber um sim.

Desta forma, aproveite cada processo seletivo para realizar uma autoanálise e descobrir o que você pode melhorar.

A cada não recebido, celebre, você está mais próximo do seu sim, não desista, em breve dará certo.

Tenha certeza disso, porque não há busca que dure para sempre.

Pense nisso e Rumo ao Sucesso!